Saudação

Saudação
Seja bem-vindo ao meu blog de gozação. Ria se for capaz, mas não esculache. Sou de PAZ.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Os galos com a crista de molho


Perdão pela irreverência, mas no próximo ano (2011), que começa a meia-noite de hoje, será o ano de domínio da mulher. Segundo a crenças, Oxum - entidade feminina - comandará o ano; segundo à realidade, Dilma - primeira presidenta - governará por quatro anos.
Nós, os homens, vamos ter que ir nos acostumando com a lógica feminina, como por exemplo:
1) Partida de futebol deveria se limitar a cobrança de pênaltis, assim não haveria tanta sujeira de uniforme, nem faltas brutas e, principalmente, a sagrada mãe do árbitro seria menos xingada;
2) Fazer xixi de cócoras não molha as bordas do vaso e muito menos o chão do banheiro;
3) Aprender que comer pão na pia, em ocasiões de emergência, não causa desnutrição e nem suja panela.
4) Ouvir música em casa, em hipótese alguma será permitido, pois retira a concentração para os apelos de ajuda;
5) Cerveja? Uma latinha por semana é o suficiente. Mais do que uma é uma demonstração de dependência alcoólica, pode causar propensão ao famigerado ronco suíno durante o sono;
6) Valores pecuniários, quaisquer que sejam, deverão ser entregues à patroa, mediante a ausência de recibo e com direito à revista dos bolsos.
7) Xampu de mulher é de mulher, não se empresta, nem faz bem ao cabelo masculino. Além de tudo, pode haver infestação de calvície pela simples manipulação do frasco;
8) Os homens devem se convencer que não se casaram com nenhuma chef de cozinha, portanto, nenhuma reclamação será permitida. Todos devem comer o que tem, sem reclamar nem mesmo por expressões de insatisfação;
9) Pescarias serão permitidas em caráter excepcional, desde que não se traga peixe para casa, nem limpo e muito menos para serem limpos na pia.
10) Homem tem que ser muito macho, não pode ficar resmungando, não pode choramingar por dores ou aflições, sequer porque suas coisas de estimação foram confiscadas ou jogadas fora.
Viu? É fácil entender uma parcela da lógica feminina, mas não se aprofunde porque é uma lógica instável: muda pelo menos uma dezena de vezes em cada hora (para ser otimista).
Que os deuses nos protejam (eu disse OS deuses).

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2011 - O ano que faremos com tato






O que se há de fazer com ano de 2011? A princípio, a melhor opção é tentar vivê-lo integralmente, com muito TATO mesmo. Mas o que será dito pelos videntes de plantão? Sabe, aqueles que todo final de ano aparecem na televisão com sua miraculosa alquimia e todas as "mancias" místicas e mágicas de efeitos genéricos? Pois é! Na certa dirão que vai cair algum ministro da Dilma, que algum artista famoso irá se divorciar, que o Brasil, finalmente, será visto como país sério, que as favelas do Rio retornarão à intensidade do tráfico, enfim, aquela parafernália de asneiras que já estamos acostumados a ver e não dar a mínima importância. E, por falar em asneira, na numerologia da contravenção penal, 2011 será o ano do burro. Calminha que eu explico. No jogo-do-bicho, prática contravencional, a dezena onze é correspondente ao burro. Eu não duvido que dê burro na cabeça o ano inteiro, estamos sob a influência do zodíaco do burro há muito tempo. O problema é que existem dois tipos de signos opositores: raposa e burro. Mas vamos falar do burro. Por mais que a gente se mexa, correndo atrás de uma melhor condição de vida, muitas vezes não conseguimos nos livrar da cangalha cada vez mais entupetada de ônus. Só espero que a previsão de um aluninho meu não venha a se confirmar. Como aqui na Bahia a letra m é chamada de "mê" e não de "eme", ele leu a representação em algarismos romanos (MMXI) do ano de 2011, como memexi , ou seja, me mexi. Pois é! Vai-se chegar ao fim de 2011 com a triste constatação de que a gente se mexeu e nada foi feito. Que as raposas progridam sem ferir a nossa integridade e todos poderemos ser felizes!



Nota: Não assinei o desenho do Burro para não ficar parecendo um segmento de Carteira de Identidade.

sábado, 11 de dezembro de 2010

NOSTALGIA REMOTA E REUMATÁLGICA

Nos meus trinta e quatro anos, parece que foi no mês passado, eu trabalhava numa empresa do Paraná. Certa feita, um amigo narrou o papo de dois velhos que se encontraram na obra de construção da usina hidrelétrica. O diálogo foi mais ou menos assim:
- Velho, quanto tempo. Como é que vai, velho?
- Gozado, né? Só eu que fico velho, né palhaço?
O outro nem se deu conta e continuou todo festivo:
- Mas como é que vai, velho?
- Pra velho não se pergunta "como é que vai?", se pergunta "onde é que dói?"

Pois é, todas as algias se concentram de uma forma caótica na velhice. As dores poderiam, pelo menos, serem organizadas e se manisfestarem num lugar determinado num dia e, no dia seguinte escolherem outro diferente. E assim, sucessivamente, até percorrerem todo o espaço corporal. Garanto que iríamos sair ilesos do ataque de alguma delas. Não ia dar tempo. A vida acabaria antes por mortis causa advinda da consumação da existência terrena pela velhice.

Velho acaba virando palhaço. Eu, particularmente, acho que virei um palhaço.
É querer inventar alguma coisa que é típica de jovem para que alguém ache graça. Mas ficamos engraçados mesmos. Enrugamos, perdemos os dentes, os cabelos se vão, a massa muscular vai definhando e se concentrando na barriga...
Sexo? Só em sonho, e ainda se estivermos dormindo com o rádio ligado e sintonizado na Rádio Motel Globo. Esportes? Todos os relacionados com baralho. Visão? As coisas começam a desaparecer inexplicavelmente do lugar, sem ninguém as haver tirado. Não raramente, os óculos somem e reaparecem no alto da cabeça. Coisas pulam misteriosamente para dentro da geladeira. Sair de casa sempre requer um ensaio. Vai-se até um pedaço e volta-se umas porções de vezes buscar o que foi esquecido. Depois de umas três tentativas, o plano de voo se apaga e acaba-se ouvindo:
- Você não foi ainda?
Aí vem a coisa chata: Aonde mesmo que eu estava indo?
Desculpem-me, mas vou ter que fazer uma pausa para concluir aquele xixizinho que comecei há vinte minutos. Agora é por etapas. Se eu me lembrar, eu volto a escrever, tá?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

NHÁ CANDINHA: - Vai votar?


Bom dia, boa tarde, boa noite. Estou cumprimentando assim, porque nunca sei direito em que tempo estou. Às vezes, eu dou umas cochiladas na minha cadeira de balanço. Gosto de ficar sentada aqui na varanda, posso ver a vida passando e a dos viventes também. Minha neta é uma chata, vive dizendo que qualquer hora vou levar um susto aqui. É que passa gente boa pela rua, mas passam muitos marginais também. Aí, eu digo pra ela:

- Selminha, minha filha, quem vai querer mexer com uma velha assim que nem que eu?

Eu converso com uns conhecidos, daqui mesmo, da minha cadeira. É um tal de "Ôi Nhá Candinha prá cá, ôi Nhá Candinha prá lá" , gente querendo fazer fofoca, mas eu não sou mulher de falar da vida alheia. Detesto gente fofoqueira. Benza Deus.

Bem eu fui convidada prá (sempre vou pôr acento no prá) não sei o quê? Sou uma velha sem graça, carcomida pelo reumatismo, não gosto de cozinhar, sei fazer um "crochezinho" muito mal e porcamente. Querem o quê de mim? Se ao menos eu fosse uma velha como a Hebe Camargo, bonitona e charmosa. Eu estou mais prá uma garota propaganda das Casas da Banha, depois que já tiraram a banha. Não entendeu, cabeça de martelo? Eu explico:

Num dia destes, minha filha queria que eu fosse ao médico. Falei prá ela:

- Prá que? Prá mostrar minhas pelancas? Depois nem estou doente. É bem verdade que ando meio esquecida. Prá que é que eu estou escrevendo, mesmo? Daqui a pouco eu lembro. Enquanto não vem a lembrança, a minha amiga Dorotéia (dos nomes não caiu o acento né? Só caiu de joia, giboia). Só um pouco:

- Telminha, gibóia é com g ou com j?

- É com j, vó.

Ela sabe. Mas que ficaria mais bonito com g, ficaria. Até parece uma cobrinha. Mas por falar em cobra, como eu estava dizendo, a Dorotéia vai na igreja só prá pôr reparo nas pessoas. Ela olha se o sapato combina com a roupa. Mas a Dôro - não me digam que não tem acento - foi prá missa de bota branca, num dia desses que estava frio. Pode? Uma velha de bota branca?

- Vó, eu trouxe o seu chá com uns biscoitinhos.

- Aqueles biscoitos duros? Eu não quero. Só me machucam o céu da boca.

Deixe eu tomar um chazinho, depois vou ver se me lembro, o que é que eu tinha que escrever. Até mais...

- Vó, a Senhora escreveu o artigo sobre o voto do idoso?

- Ih! Minha filha, esqueci?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Retorno da Frota Estelar


A frota estelar "Tupiniquim",
capitaneada pela nave A.S. Dumont, sob o comando do
Capitão Marcos César Pontes, acaba de retornar de sua longa
jornada à distante galáxia "Berimbau", para onde partiu em busca de
honestidade política, uma substância muito preciosa e rara nos tempos atuais.
Segundo dados fornecidos pela Agência K. Bras, a missão teve êxito.
A substância tem efeitos semelhantes à criptonita dos antigos filmes do Superman e
só torna vulnerável políticos de má índole.
O Papa se manifestou a respeito da expedição
e, no seu pronunciamento, disse que este episódio constitui uma grande conquista da humanidade. E completou, dizendo que: Deus deu inteligência aos homens para buscarem
na Ciência a reparação dos males que afetam e podem destruir as criaturas inocentes.

sábado, 10 de julho de 2010

Espie!


Na Bahia, está consagrada a expressão "Ó pá i ó! ". No planalto serrano de Santa Catarina, essa expressão tem uma similar que é "Espie só!". Acho que é chegada a hora de se trazer alguma contribuição da cultura barriga-verde para o contexto nacional. Tomara que eu consiga. Vou dar uma de velhinha sentada defronte da janela, espiando o que acontece e que ninguém percebe. Nhá Candinha, vai ser a narradora de muitas histórias neste blogue.